Apesar de Nosferatu, o novo filme do cineasta Robert Eggers, estar fazendo sucesso nos cinemas, é inegável que o intimidador conde Orlok não é um dos vampiros mais famosos entre o público. Afinal, Drácula, surgido pela primeira vez no clássico livro de Bram Stoker, foi o pivô de tudo.
Mas apesar de muitas pessoas acreditarem tratar-se de histórias diferentes, a trama de Nosferatu, que foi lançada nos cinemas pela primeira vez em 1922, tornando-se um clássico do expressionismo alemão, é nada mais do que uma releitura da história de Stoker, feita pelo cineasta F.W. Murnau.
Após a morte do escritor em 1912, os direitos de sua obra ficaram em posse de sua família. Com isso, quando a negociação com Florence, a viúva de Stoker, foi mal-sucedida, a equipe por trás de Nosferatu decidiu adaptar apenas algumas partes da história e fazer mudanças nos personagens.
Obviamente, isso também incluiu o vampiro que dá nome à trama, tornando-se oficialmente o conde Orlok. Já o título do filme “Nosferatu“, é uma palavra de origem húngaro-românica, que serve como um sinônimo para vampiro. Mas isso não livrou o filme de gerar polêmicas.
Florence decidiu processar a Prana Films, o estúdio responsável pela produção de Nosferatu, vencendo o processo judicial de plágio. Apenas as cópias estadunidenses do filme, onde os direitos autorais do livro de Stoker já haviam caído em domínio público, foram preservadas.
Quase 60 anos depois, o cineasta Werner Herzog lançou o primeiro remake oficial de Nosferatu, como uma homenagem ao filme original. E agora, mais de 100 anos após o lançamento do filme de Murnau, Eggers lança sua própria versão deste clássico que revolucionou o cinema de terror.
Por que Robert Eggers quis adaptar “Nosferatu”?
Embora os direitos de Drácula já estejam oficialmente em domínio público, considerando que o livro foi lançado há quase 130 anos, ainda assim Robert Eggers preferiu produzir um remake de Nosferatu. E em entrevista ao portal Screen Rant, o cineasta revelou que acha a história de F.W. Murnau mais envolvente.
“Algo que eu realmente amei no filme de Murnau é que ele termina com a protagonista feminina sendo a heroína. Eu pensei que seria potencialmente mais emocionante se o filme inteiro fosse contado através dos olhos dela, porque tinha o potencial de ser mais emocional e psicologicamente complexo do que uma história de aventura sobre um corretor imobiliário. Por mais que seja um filme de terror assustador, e é, há até sustos, é um romance gótico, e é um conto de amor e um conto de obsessão”, disse Eggers.
O cineasta deixou claro que, apesar de amar a obra de Bram Stoker, também acredita que ela é muito influenciada pelo período vitoriano em que se passa. Nosferatu, de Robert Eggers, chegou aos cinemas nacionais no dia 2 de janeiro e permanece em cartaz. Assista ao trailer: